My cat

Já devem estar fartos de saber que tenho duas gatas: uma na Madeira (a Chanel) e uma em Évora (a Prada). Vou falar-vos da última.
Eu nunca tinha sido família de acolhimento temporária mas há uns meses colocaram um pedido de ajuda no meu grupo da turma: uma associação precisava urgentemente de uma FAT para uma gatinha. Por alguma razão e apesar de já ter visto imensos pedidos do género e nunca ter feito nada, mandei-lhes mensagem a dizer que estava disponível. Combinámos e passado pouco tempo (eram 22h/23h) bateram-me à porta com a gatinha numa transportadora. Contaram-me que ela tinha sido encontrada no meio do mato, estava a chover imenso e tinha sido abandonada pela mãe. Pelo tamanho, julgavam que ela tinha cerca de 10 dias. Explicaram-me como preparar o leite, como ajudá-la a fazer as necessidades (ela não tinha forças nenhumas, era preciso massajar a barriguita dela) etc. E pronto, de repente tinha um gato em risco de vida nas minhas mãos do qual eu devia tomar conta durante pelo menos 10 dias.
No dia seguinte, levámo-la ao veterinário que nos disse que afinal ela não tinha 10 dias mas cerca de 1 mês e meio/2 meses. Nem parecia um gato, tinha a cara toda deformada porque não tinha músculo quase nenhum e pesava 200 gramas.
Tinha de alimentá-la de duas em duas horas por isso levei-a comigo para as aulas e foi nesse dia que decidi ligar para a associação e dizer que queria adotar a Prada. Apaixonei-me num instante e não queria ficar sem ela. A Prada melhorou num instante (ganhou 250 gramas numa semana) e começou a parecer uma gatinha.

Quem me acompanha no Facebook ou no Instagram, já sabe que a Prada foi esterilizada no Sábado. A cirurgia correu bem mas pedi para fazerem o teste do FIV (vírus da imunodeficiência felina) e FELV (leucemia felina) e descobri que ela tem FIV. É também conhecido como «sida dos gatos» e provoca a diminuição das defesas do animal, ficando mais suscetível a infeções secundárias. Como ela foi encontrada na rua com 1 mês e meio, o vírus provém quase de certeza da mãe.
Eu já sabia dos problemas que ela podia ter ao vir da rua mas custou-me receber a notícia. Tal como nos humanos com HIV, os sintomas podem aparecer anos mais tarde.
Não há cura, a única coisa que posso fazer para além dos cuidados extra para não apanhar infeções, é estar aqui para ela.

1º e 3º dia da Prada na minha casa.



Love, Mi

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