Tribunal decide pelo retorno dos angolanos



Tribunal de Justiça do Paraná, Brasil, suspende liminar que permite permanência de grupo angolano no Brasil

Jovens cegos estudam Curitiba e não querem voltar para Angola. Ministério Público tenta recorrer da decisão.

O Tribunal de Justiça do Paraná, Brasil, suspendeu a liminar que permitia a permanência de 11 jovens angolanos cegos no Brasil. O Ministério Público tenta recorrer da decisão e já entrou com um pedido de reconsideração para que o relator não casse a liminar.

O grupo de estrangeiros cegos vivem há 8 anos em Curitiba, Brasil, Curitiba e não quer sair do país neste momento. Eles vieram para o Brasil para fugir da guerra e pretendiam retornar para Angola apenas depois de terminarem os estudos. Assim, teriam mais chances de conseguir um emprego e ajudar as famílias.

Seis deles já haviam passado no vestibular e estavam matriculados em uma faculdade particular.

A viagem de volta está marcada para a manhã de quarta-feira (4).

De acordo com o Ministério Público, a Promotoria foi alertada pelo Instituto Paranaense de Cegos que a Fundação Eduardo dos Santos (FESA), entidade responsável pelos jovens, teria comunicado em janeiro que encerraria o convênio que mantém com o Instituto e que garantia a presença dos rapazes no Paraná. Sem o convênio, grupo seria obrigado a voltar de imediato para Angola.

Além da falta de contato com as famílias, a Promotoria argumenta que, no Brasil, os angolanos já desenvolveram vínculos afetivos e, segundo a equipe do Insituto Paranaense de Curitiba, teriam "medo" de retornar para a Angola - África.

Muitos estariam apresentando problemas emocionais desde que souberam que devem voltar – de crises de choro ao desenvolvimento de teorias de conspiração persecutória, temendo punições dirigidas a si e aos familiares. A vontade de todos seria a de permanecer no Brasil.

Fonte: Globo.com